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Câmara Municipal de Natal

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Notícia

14/03/2023 Dia Marielle Franco: Câmara debate violência contra mulheres na política

No dia em que se completa 5 anos do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, uma audiência pública proposta pela vereadora Brisa Bracchi (PT), cobrou justiça e debateu na Câmara Municipal de Natal, nesta terça-feira (14), sobre a violência sofrida pelas mulheres nos espaços políticos.

A vereadora Brisa Bracchi destacou que esse dia é visto sob duas dimensões. Primeiro pelo crime que ainda não tem todas as respostas depois de 5 anos e por ter se transformado em dia de luta contra a violência política de gênero. "As investigações não nos dão respostas sobre quem matou Marielle. Mas não é só sobre Marielle, mas sobre todas as mulheres na política, especialmente as negras, seja no comentário agressivo, no corte e no tom da fala nesses espaços que não querem que a gente ocupe", disse ela. O vereador Daniel Valença (PT) também participou da audiência.

A vereadora do PSOL Marielle Franco foi morta a tiros dentro de um carro na Região Central do Rio de Janeiro, junto ao motorista do veículo, Anderson Gomes. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios é execução e, apesar dos executores terem sido presos, os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.

Para a presidente do PSOL/Natal, Tati Ribeiro, avalia que o crime mostra a resistência que ainda é imposta contra as mulheres. "Na nossa cidade, a maioria que luta por seus bairros são as mulheres e negras, mas quem se elege são os homens. A política sempre foi lugar de homens engravatados e, na maioria, branco. As mulheres, especialmente as negras, encontram violência, agressão, e preconceito nesse espaço", declarou.

Para a Luana Cabral, do Centro de Referência de Direitos Humanos da UFRN, o país vive uma epidemia de feminicídio e violência contra as mulheres e, por isso, é necessário atuar em diferentes dimensões para que ocupem  mais espaços políticos de modo a fazer essas representações se transformarem em politicas públicas que a defendam. "Naquelas que se elegeram, que fazem parte dos coletivos, nas universidades, se levantando contra o sistema opressor também ecoa a voz de Marielle. Ainda que a gente saiba que Marielle, mulher negra, LGBT, periférica, defensora dos direitos humanos, represente todas essas bandeiras de luta e que, isso por si já é motivo para que fosse assassinada, a gente quer saber os motivos e punir os mandantes", destacou.

Texto: Cláudio Oliveira
Fotos: Verônica Macedo

Audiência Publica - 5 anos sem justiça para Mariele 14/03/23