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Câmara Municipal de Natal

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Notícia

14/09/2023 Setembro Amarelo: Câmara de Natal debate ações de prevenção ao suicídio

A Câmara Municipal de Natal realizou nesta quinta-feira (14) uma audiência pública, proposta pelo vereador Kleber Fernandes (PSDB), para discutir a campanha Setembro Amarelo, de combate e prevenção ao suicídio, levantando algumas questões sobre o aumento de casos e como enfrentar o problema.

O propositor da audiência ressaltou que as estatísticas são assustadoras e que apontam para um alto número de pessoas com transtornos mentais, especialmente crianças e adolescentes com ansiedade, depressão, automutilação e pensamentos suicidas. "Não é apenas uma questão de saúde pública, mas passa pela questão social, educacional, de segurança. É preciso que isso seja pautado dentro das leis orçamentárias para assegurar o efetivo cumprimento de políticas públicas voltadas a saúde mental", sugeriu o parlamentar.

A questão da automutilação de alunos é frequente, segundo relatou a representante da Secretaria Municipal de Educação (SME), Sandra França. Ela disse que são situações difíceis para os profissionais da rede lidarem. "Sem contar o número de professoras e professores que estão exauridos e afastados. A escola é espaço de prevenção, mas quando nos deparamos com uma situação, para onde podemos encaminhar, se temos um CAPs I em Natal e está lotado?", alegou.

Sandra também apontou que a rede de educação deveria ter 6 psicólogos e 6 assistentes sociais, porém, mesmo depois da realização do concurso público, apenas uma psicóloga foi empossada e que  deficiências assim agravam o problema. 

Para Ana Ligia, do Conselho Regional de Medicina (CRM), a pandemia da covid-19 piorou a situação, mas a prevenção precisa ser o ponto de partida para enfrentar o problema. "Aprendemos que a prevenção a saúde é o melhor remédio para qualquer doença grave. É o primeiro passo a ser dado", disse ela.

Mas o tratamento existe para quem é acometido por algum transtorno mental. O presidente da Sociedade Norte-riograndense de Psiquiatria ressaltou que os suicídios são provenientes de doenças psiquiátricas e que essas podem ser tratadas. "Se existe doença que leva ao suicídio, precisa-se pensar em oferecer o tratamento. E o tratamento se faz com psicoterapia e mudanças positivas do estilo de vida. Isso até é feito no sistema privado, mas no SUS não tem atendido como deveria", pontuou.

Os vereadores Daniel Valença (PT), Raniere Barbosa (Avante), Robson Carvalho (PSDB) e as vereadoras Brisa Bracchi (PT) e Camila Araújo (União Brasil) também reforçaram as discussões durante a audiência.

Texto: Cláudio Oliveira
Fotos: Francisco de Assis