Uma audiência pública na Câmara Municipal de Natal discutiu, nesta sexta-feira (6), o andamento das obras da rua Nossa Senhora do Ó, no bairro de Igapó e lagoas de captação do Panatis, na zona Norte da cidade. A área sofre com alagamentos constantes em períodos chuvosos.
De acordo com o propositor da audiência, vereador Nivaldo Bacurau (PSB), os serviços estão praticamente parados e isso tem gerado problemas para a população, desde a infestação de insetos, até perda de bens materiais com alagamentos. "Estamos buscando, junto aos órgãos responsáveis, uma solução que beneficie todos os moradores e acabe com esse problema. Houve uma obra mal feita, depois foi reiniciada, mas continua gerando esses transtornos", explicou.
O morador Idis Barbosa disse que o cenário é precário desde que a obra começou a ser desenvolvida há cinco anos. "Minha casa já foi alagada quatro vezes, o que gerou perda de bens materiais. Temos a indagação do porquê a Prefeitura não cobra da empresa que foi paga para executar a obra para ela refazer ou ressarcir os recursos. E também que o Ministério Público fiscalize", pontuou.
De acordo com a representante do Ministério Público Estadual (MPRN), Ana Cláudia Lima, desde 2008 a promotoria do Meio Ambiente vem tentando fazer o Município aprimorar sistema de drenagem e garantir a qualidade de todos os reservatórios. "O cuidado com as lagoas é considerado estratégico porque, até obras de pavimentação e drenagem dependem dessas estruturas. O Ministério público atua com dois processos judiciais, no caso dessa obra de adequação, mas não foi apresentada nenhuma perspectiva da parte da prefeitura", explicou.
A audiência contou ainda com a participação dos vereadores Milklei Leite (PV), Herberth Sena (PSDB) e das vereadoras Júlia Arruda (PCdoB), Camila Araújo (União Brasil) e Margarete Régia (PROS), além de moradores e representantes de secretarias municipais.
O titular da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinfra) relembrou que a Zona Norte tem menos de 4% de esgotamento sanitário e que a água servida das residências é lançada nas lagoas de captação. "Para termos recursos federais e agilizar a obra, é preciso que haja esgotamento sanitário. Então, vamos fazendo a manutenção aos poucos, com recursos da prefeitura.
Além disso, as lagoas são para receber águas fluviais, mas passa o ano todo com água servida que os moradores jogam nas vias por falta de esgotamento. Na rua Nossa Senhora do Ó, instalamos duas bombas para dar vazão por causa disso", afirmou o secretário.
Texto Cláudio Oliveira
Fotos: Lorena Veríssimo